A corrida de rua tem se tornado um dos esportes mais praticados na atualidade. Isso acontece muito por conta da facilidade em se praticar a modalidade que não precisa de materiais muito rebuscados e permite a prática em diversas localidades.
Porém, um grande problema é o como começar na modalidade? Qual a relação de volume e intensidade que devemos pensar para essa fase inicial? Qual o material adequado para esse início? Vamos lá !!!
Primeiramente, a experiência prévia e a adaptação a estímulos que a pessoa tem deve ser considerado. De qualquer forma, é indicado iniciar com o famoso corre/anda, intercalando esses 2 estímulos a fim de dar um descanso mecânico e fisiológico às estruturas. Quanto menor a adaptação mais tempo de caminhada e menos de corrida e as modulações devem ser feitas de sessão a sessão de treino, considerando sempre que nada seja feito de forma muito brusca.
Essas variações podem ser feitas por tempo de execução ou por distância, mas é de extrema importância que seja delimitado previamente e não "quando cansar eu ando", pois dessa forma o controle de volumes, intensidades e distâncias não fica sujeito a fatores fisiológicos como percepção de esforço, que pode variar de dia para dia ou até mesmo na própria sessão de treino, sujeito a outros fatores como hidratação, temperatura ambiente, fontes energéticas funcionando bem, entre outros.
Vale lembrar que o número de estímulos, bem quanto o volume total de treino (distância ou tempo total) devem seguir uma regra básica para evitar lesão: aumento de no máximo 10% de carga (volumes e intensidades) de uma semana para outra. Se isso não é respeitado, a possibilidade de sobrecarga mecânica se torna considerável, e lesões podem ocorrer. Se ocorrer uma sobrecarga fisiológica, fatalmente acarretará em sobrecarga mecânica em seguida, resultando no que falamos anteriormente.
Vale ressaltar que a "tal superação", aqui pode atuar como um vilão extremamente eficiente pois os sinais de fadiga são ignorados e o sistema como um todo será forçado de uma forma pouco saudável e novamente podendo acarretar em lesão. O treino deve seguir uma progressão estruturada, equilibrando sessões de treino em suas variações a cada dia de treino, fortalecimento muscular e dias de descanso.
Essa estruturação de treino muitas vezes é eficaz também para o retorno de lesões. Óbvio que cada lesão tem suas características e necessidades adaptativas, mas treinos de corre/anda de forma progressiva como sugerido são uma ótima opção de adaptação ao estímulo da corrida.
É extremamente importante lembrar também de um princípio do treinamento esportivo: o volume de treino é inversamente proporcional a intensidade e vice-versa. Não existe fazer treino mais longo a pace de tiros ou limiares mais altos, bem como não começar mais forte (nos moldes citados) , "quebrar" e continuar leve até completar a distância. Isso não é aconselhável (e muito dificilmente executável) em qualquer nível. Para iniciantes então é elevar o risco de lesão a um grau desnecessário e acarretar um desgaste físico e fisiológico que com certeza irá influenciar negativamente nas próximas sessões de treino.
Contudo, vale dizer que um profissional da educação física que seja capacitado na área, pode ajudar muito nesse tipo de estruturação e torná-la mais eficiente, produtiva e menos desgastante para o novo atleta. Procurar um treinador pode encurtar o caminho entre seu objetivo e o estágio atual de treino, bem como a equalização de todas a variáveis será equilibrada de acordo com suas necessidades, porém com todos os contextos físicos, fisiológicos e de treinamento aplicados a você.
Bons treinos e bora começar essa jornada da corrida de forma consciente e consistente!!!
Fábio Targas Gonçalves
CREF: 091562-G/SP
Targas Personal Coach - Assessoria Esportiva
@fabiotargas
@targaspersonalcoach
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