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#12 "Canelite" - Como fugir dessa dor que assola diversos corredores


Diversos corredores, principalmente amadores, sofrem com um tipo de dor popularmente conhecida como canelite. Ela normalmente tem como causa um pequeno edema ósseo, ou em situações mais extremas, fraturas por estresse.

Mas o que causa essa dor tão comum? Basicamente por má administração de volumes e intensidades de treino, aliados a uma má absorção de cargas provocados por uma musculatura não preparada para tal estímulo. Isso excluindo questões pontuais como traumas locais que podem gerar esse tipo de lesão.

Para evitarmos esse incômodo, a primeira questão é termos a consciência de que não existe mágica no treinamento esportivo. A "superação" e os avanços devem ser estruturados de forma organizada, e aqui vai o papel fundamental do treinador.

Fisiologicamente falando, existem linhas que trabalham com até 20% de aumento de intensidade entre semanas. Biomecanicamente falando, um aumento seguro sugerido pela literatura é de 10% por semana. Portanto, um bom conselho é prezar pela segurança e manter uma linha de 10% no aumento de volume semanal, tanto em relação a quilometragem, quanto em relação ao volume de intensidade semanal (treino de tiros ou fartlek).

Outra questão importante é o fortalecimento e alongamento de certas estruturas. Musculaturas como Tibial Anterior, Tibial Posterior e Panturrilha precisam estar fortes para absorverem os impactos sucessivos da corrida. O encurtamento locais como panturrilha e posteriores também prejudicam a dissipação da sobrecarga, portanto alongamento para essas estruturas são essenciais para administrar essa questão.

A ainda um ponto a se observar que são os treinos de estímulos de velocidade (velocidade máxima) ou treinos de alta intensidade em declives. Eles elevam a sobrecarga sobre o local e portanto, devem ser bem equalizadas na periodização semanal, tomando-se o devido cuidado de não realizá-los (ou se o fizer que seja com parcimônia) no dia seguinte a treinos muitos desgastantes como tiros ou longos.

Dado essas observações, outro ponto essencial a quem está sofrendo com essa lesão é o retorno a corrida. Começar com treinos onde é intercalado corridas (leves) com caminhadas, e progredir no tempo de corrida administrando os intervalos, até chegar a corrida contínua é um processo, e qualquer etapa pulada ou antecipada nesse momento pode significar um retrocesso no retorno. Todo cuidado é necessário.

Conquistar uma evolução saudável, consistente e sem lesões é algo totalmente palpável a todos, basta tomar os cuidados necessários e observar a performance evoluir de forma correta. E sempre o acompanhamento de um profissional da área é bem vindo.


Fábio Targas Gonçalves

CREF: 091562-G/SP


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