No último texto falamos sobre a importância de fazer variações de estímulos para gerar novas adaptações e continuar evoluindo tanto em relação a condição física pensando em qualidade de vida, quanto em relação a algum esporte em específico.
Então vamos falar de um tipo de variação de treino que causa grande adaptação fisiológica e física em nosso corpo: o treino de tiros.
Os principais objetivos deste tipo de treino são causar o aumento do Vo2 máximo que é uma variável importante na melhora de performance e que pode ser traduzido como a capacidade de oxigênio que uma pessoa consegue utilizar do ar inspirado enquanto pratica uma atividade, maior tolerância à acidose intramuscular através do resultado das reações químicas feitas nesse tipo de treino (o famoso "ácido lático" que na verdade em nosso corpo não chega a ser efetivamente gerado, sendo decomposto em lactato e água), e otimizar algumas respostas mecânicas para a melhora da eficiência da corrida.
As distâncias de cada tiro, o volume total de estímulo e os intervalos entre eles são as variáveis em que podemos trabalhar de acordo com o objetivo que pretendemos atingir com determinado treino. O mais importante a fazer ressalva aqui é que não existe "receita de bolo" ou uma fórmula pronta. Cada treino deve ser pensado de acordo com a fase de treino em que a pessoa está, o volume semanal de carga e de intensidade, qual característica fisiológica está querendo ser atingida, a necessidade de ganho de velocidade ou de resistência, dentre tantos outros fatores.
Outra questão importante é quantas vezes na semana devem ser realizados. Como fisicamente é um treino muito desgastante, o período de recuperação é muito importante no contexto da periodização. Cada um possui suas necessidades pessoais de melhora mas, no contexto geral, o treino deve ser feito 1 vez por semana com exceções de 2 vezes no máximo e sempre muito bem estruturados na composição com outros treinos para não haver sobrecargas excessivas.
Por outro lado, uma periodização sem treino de tiros também obtém resultados, porém com ganhos sensivelmente mais lentos principalmente no ganho de Vo2 máximo e no ponto de compensação respiratória (2o limiar) que obtém adaptações de mais relevância quando o trabalho é feito em alta intensidade.
Resumindo: quer obter melhora relevante em sua performance, tem de fazer treinos de tiros sim!
Fábio Targas Gonçalves
CREF: 091562-G/SP
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