Na composição de uma periodização, temos diversos tipos de treino com variados objetivos a serem realizados em prol de uma melhora de rendimento consistente. O treino regenerativo é parte integrante de qualquer periodização.
O próprio nome deste treino já é auto explicativo em relação ao objetivo principal: regenerar o corpo de forma física, mecânica e fisiologicamente. Mas por que devemos fazê-lo?
Primeiramente porque nosso corpo precisa de um "refresco" em suas estruturas, mas de forma a manter o estímulo. Portanto, o treino regenerativo é uma forma menos agressiva de manter o estímulo do gesto motor mecânico esportivo sem agredir as estruturas de forma significativa. Pelo contrário, tem a capacidade de melhora em relação a condição inicial pré treino em diversas estruturas como a musculatura por exemplo.
Fisiologicamente, corridas leves abaixo do 1º limiar, são capazes de gerar adaptação fisiológica sim. Óbvio que em menor intensidade, porém por um período de tempo maior e com isso agredindo menos o corpo.
Desta questão surgiu um formato de periodização denominado 80/20, muito usado no esporte de alto rendimento. Nele 80% do período de treinamento é realizado em intensidade baixa a moderada para resguardar o físico dos atletas para seu maior potencial possível nos 20% do treinos realizados em alta intensidade. É por isso também que não adianta querer fazer um longo bem como outros treinos de, teoricamente, intensidade baixa em ritmo acima do programado. Ao invés de promover um ganho máximo na hora certa, está mitigando esse ganho fazendo força na hora errada.
Vale aqui colocar o papel que outras modalidades incorporadas na periodização do esporte principal. Eles têm o atributo de trabalhar uma capacidade fisiológica de uma forma diferenciada (às vezes até mais intenso do que teríamos de trabalhar sendo a mesma modalidade) porém com um desgaste físico/mecânico absurdamente menor (ou diferente) que no contexto do esporte principal, ajudando a compor os tipos de estímulos fisiológicos com menor desgaste fisico.
Outra questão importante é: não se usa o treino de fortalecimento (conceitualmente falando) como treino regenerativo. Sim, é uma mudança de estímulo, porém o tipo de desgaste muscular é totalmente diferente e, além de tudo, tem a propensão de influenciar na performance do treino da modalidade principal. Ou seja, o melhor dos mundos é periodizar a musculação de acordo com a necessidade do esporte principal e da fase da periodização que o atleta se encontra.
Por fim, vale entender que aquela história de que "tem que sair cansado ao final de todos os treinos, se não, não treinou" não é verídica quando estamos falando de performance esportiva, principalmente em modalidades predominantemente aeróbias. A periodização deve ser composta de todas as propriedades necessárias para se chegar ao objetivo proposto e isso significa uma grande variabilidade de estímulos dosados de maneira correta em relação a seus volumes e intensidades e tipos de treino.
Bons treinos e lembre-se: regenerativo é regenerativo!!!
Fábio Targas Gonçalves
CREF: 091562-G/SP
Targas Personal Coach - Assessoria Esportiva
@fabiotargas
@targaspersonalcoach
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